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Brent Hinds (1974–2025): A perda de uma força criativa ímpar

Brent Hinds (1974–2025): a perda de uma voz e guitarra que moldou o metal moderno

Texto: Alan Bugalho

8/23/20254 min read

Brent Hinds (1974–2025): A perda de uma força criativa ímpar

Na noite de 20 de agosto de 2025, a cena do metal perdeu uma de suas figuras mais vibrantes: William Brent Hinds, cofundador, guitarrista e vocalista da banda Mastodon, morreu aos 51 anos em um trágico acidente de motocicleta em Atlanta.

O que aconteceu

Segundo o relatório da polícia, Hinds pilotava uma Harley-Davidson quando um motorista conduzindo um SUV BMW, ao fazer uma curva num cruzamento, não cedeu a preferência, provocando a colisão fatal. Hinds foi encontrado inconsciente e foi declarado morto no local. O óbito foi confirmado pelo Instituto Médico-Legal do Condado de Fulton (Fulton County), sendo classificado como acidente e resultado de múltiplos traumatismos contundentes

A reação da banda

Em uma postagem oficial no Instagram, o Mastodon expressou sua profunda dor:

“Estamos em um estado de tristeza e dor incomensuráveis… na noite passada Brent Hinds faleceu em decorrência de um trágico acidente…”
“Estamos de coração partido, chocados e ainda tentando processar a perda dessa força criativa com quem compartilhamos tantos triunfos, marcos e a criação de música que tocou o coração de tantas pessoas. Nossos corações estão com a família, amigos e fãs de Brent. Neste momento, pedimos que respeitem a privacidade de todos.”

foto: Adam Kliczek - Ursynalia 2012, Mastodon

Foto: Divulgação

Foto: Anssi Koskinen - Brendt Hinds of Mastodon at Ruisrock 2007

Legado e saudade

A morte de Brent Hinds deixou um vazio profundo no mundo do metal. Com seu estilo único que amalgamava influências de folk, progressivo, stoner e psicodelia, ele ajudou a redefinir os limites do gênero. Sua técnica híbrida, riffs poderosos e presença artística inconfundível foram celebradas por fãs e músicos — muitos expressaram choque e saudade nas redes sociais ao saber do ocorrido.

Conflito e saída da banda

Em março de 2025, o Mastodon anunciou que sua saída ocorrera por decisão mútua após 25 anos juntos. Poucos meses depois, Hinds contradisse essa versão, afirmando ter sido "expulso" por “passar vergonha por ser quem sou” e criticando duramente seus ex-colegas.

A trajetória e legado musical

Nascido em 16 de janeiro de 1974, em Helena (ou Birmingham), Alabama, Hinds descobriu a música inicialmente através do banjo — um instrumento que o pai exigiu aprender antes de comprar-lhe uma guitarra. Essa experiência moldou seu estilo único de tocar guitarra, especialmente com técnica de hybrid picking derivada do banjo.

Em meados dos anos 1990, mudou-se para Atlanta, onde formou o Mastodon em 2000 ao lado de Troy Sanders, Brann Dailor e Bill Kelliher. Com a banda, gravou oito álbuns de estúdio, entre eles Remission (2002), Leviathan (2004), Blood Mountain (2006), Crack the Skye, Emperor of Sand (2017, vencedor do Grammy por “Sultan’s Curse”) e Hushed and Grim (2021) — este último foi o último registrado em vida por Hinds antes de sua saída da banda em março de 2025.

Além do Mastodon, Hinds teve uma prolífica atividade paralela, participando de projetos como Fiend Without a Face, Giraffe Tongue Orchestra, Legend of the Seagullmen, entre outros, além de colaborar com bandas como CKY e The Dillinger Escape Plan.

As 10 músicas essenciais para conhecer o Mastodon

Se você chegou nessa matéria e não conhece muito bem sobre o trabalho da Banda Matodon aqui está uma seleção que mistura os maiores clássicos com faixas que mostram a diversidade criativa da banda:

Blood and Thunder (Leviathan, 2004) – Hino absoluto do Mastodon.
Iron Tusk (Leviathan, 2004) – Riff poderoso e um dos momentos mais pesados da banda.
Colony of Birchmen (Blood Mountain, 2006) – Inclui participação de Josh Homme (Queens of the Stone Age).
Crystal Skull (Blood Mountain, 2006) – Clássico ao vivo, com peso e melodia.
Oblivion (Crack the Skye, 2009) – Um dos maiores sucessos, mistura progressivo e emoção.
The Czar (Crack the Skye, 2009) – Obra-prima épica de 11 minutos.
Curl of the Burl (The Hunter, 2011) – Groove e psicodelia, indicada ao Grammy.
High Road (Once More ’Round the Sun, 2014) – Uma das músicas mais acessíveis e populares.
Sultan’s Curse (Emperor of Sand, 2017) – Ganhadora do Grammy de Melhor Performance de Metal.
Pushing the Tides (Hushed and Grim, 2021) – Última grande faixa com Brent nos vocais e guitarra.